CNI aponta necessidade de ampliação dos investimentos privados em Saneamento Básico no País

CNI aponta necessidade de ampliação dos investimentos privados em Saneamento Básico no País

Notícias Sep 10, 2018

29 de Junho de 2018

Segundo a entidade, a falta de investimentos é o principal entrave para atingir a meta de universalização até 2033. BRK Ambiental vai investir R$ 130 milhões em Limeira nos próximos anos

Estudo divulgado nesta semana pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) aponta a falta de investimentos como o principal entrave para o desenvolvimento do Saneamento Básico no País. Segundo o levantamento, a média de recursos investidos no setor nos últimos oito anos é insuficiente para garantir a universalização do sistema até 2033, como prevê o Plano Nacional de Saneamento Básico (Plansab).

O documento aponta que a parceria com empresas do setor privado pode ser decisiva para expansão do setor e a melhoria da qualidade dos serviços no Brasil.

“Nossa experiência em Limeira mostra que a participação da iniciativa privada amplia a capacidade de os municípios acelerarem as obras de Saneamento Básico e atender a um número maior de pessoas”, afirma Rodrigo Leitão, gerente de operações da BRK Ambiental Limeira, Concessionária dos Serviços de Água e Esgoto do Município.

A BRK Ambiental é a maior empresa privada do setor no País, que está presente em mais de 180 municípios. Em 2018, a empresa anunciou investimentos de R$ 7 bilhões para os próximos cinco anos, que serão aplicados em suas operações no território nacional.

Em Limeira, a Concessionária assumiu os serviços de água e esgoto em 1995. Durante esse período, a empresa já investiu R$ 300 milhões, que possibilitaram a universalização dos serviços de água e esgoto, elevando os índices de coleta e tratamento de esgoto para 100%.

Para os próximos cinco anos, estão previstos R$ 130 milhões, que possibilitarão a realização de melhorias no sistema de abastecimento de água com a ampliação e modernização da Estação de Tratamento de Água (ETA), além da construção de novos reservatórios e adutoras, com o objetivo de atender ao crescimento do município.

Na área de esgoto, os investimentos se referem à implantação do de um sistema de tratamento em nível terciário, na principal estação de tratamento do município, a ETE Tatu, responsável pelo tratamento de cerca de 80% do esgoto coletado em Limeira.

De acordo com a CNI, os modelos de concessão e parcerias público-privadas (PPPs) ainda enfrentam uma série de resistências, entre elas a de que o setor privado atua apenas em grandes municípios e que as tarifas privadas são significativamente maiores na comparação com as tarifas públicas.

O estudo, porém, aponta que 72% das cidades atendidas por empresas privadas têm menos de 50 mil habitantes, e as tarifas são em média R$ 0,11 centavos superiores às praticadas pelas companhias estaduais. O estudo revela também que as companhias privadas apresentam indicadores de produtividade 5,4% superiores à média nacional e que a qualidade da água é maior que do que a das empresas públicas.

Segundo o levantamento, o setor de Saneamento Básico recebeu investimentos anuais de R$ 13,6 bilhões em média ao longo dos últimos oito anos. Para atingir a universalização até 2033, a CNI aponta que seria necessário ampliar esse volume em 62%, totalizando R$ 21,6 bilhões por ano.

No ritmo atual, segundo o estudo, só será possível levar Saneamento Básico à toda população apenas depois de 2050. Hoje, apenas 50% do esgoto produzido no Brasil é tratado, segundo dados do Sistema Nacional de Informações Sobre Saneamento (SNIS).

Outro dado que chama bastante atenção é a participação das empresas privadas no setor, que representam 6% do total, atendendo a 9% da população, mas com investimentos que atualmente correspondem a 20% do total investido. O estudo também destaca o impacto que a ampliação dos serviços de Saneamento Básico tem na valorização de imóveis, no aumento da produtividade dos trabalhadores e, principalmente, na saúde da população.